Feira do Livro de Lisboa

À sua espera<br>no Pavilhão A14

Rui Mota

A 86.ª edição da Feira do Livro de Lisboa começou na semana passada, no Parque Eduardo VII. Até 13 de Junho, mais de 120 participantes espalhados por cerca de 300 pavilhões vão expor livros para o encanto dos leitores, das últimas novidades aos fundos de catálogo.

Como vem sendo hábito, marcam presença na Feira do Livro as Edições «Avante!». No Pavilhão A14, junto ao Marquês de Pombal, a editora permite aos visitantes da feira um contacto mais próximo, possibilitando assim o conhecimento ou reconhecimento das suas publicações. No pavilhão, partilhado com a editora Página a Página, os leitores encontram livros de muitos géneros e temáticas mas todos motivados por esse desejo de vivermos num mundo melhor.

Os livros são, eles próprios, generosos elementos de mudança. Dão ferramentas para explicar e transformar o mundo, como as obras de Marx, Engels e Lénine, cuja actualidade continua a provocar uma constante procura. Dão condições para perceber a história portuguesa do século XX, com destaque para as obras de Álvaro Cunhal, compiladas em seis tomos entre 1935 e 1976 ou em livros separados. Dão a conhecer as duras condições da resistência dos comunistas portugueses à ditadura fascista em Portugal, através da ficção, de que Até Amanhã, Camaradas, de Manuel Tiago, é porventura o mais belo retrato, e de memórias, como Histórias da Clandestinidade, livro recentemente publicado da autoria de António Gervásio. Dão a conhecer as lutas abnegadas dos comunistas por todo o mundo, como a colecção Biblioteca Avante!, de que A Luz Que Rompe as Trevas, de Alex la Guma, é a última novidade. Oferecem-se para irem também eles à luta, como os da colecção Confrontos, com autores como José Barata-Moura, António Avelãs Nunes e Manuel Gusmão.

Por isso não se estranha que as últimas novidades sejam igualmente um contributo para a luta que travamos hoje. Os livros A Crise do Capitalismo e Marx – Resumo de O Capital com referência ao século XXI, de Domenico Moro, e O Keynesianismo e a Contra-Revolução Monetarista, de António Avelãs Nunes, podem e devem ser usados por todos aqueles que querem intervir nas grandes opções económicas que se tem de tomar, da mesma forma que Hillary Clinton: Rainha do Caos, de Diana Johnstone (livro que terá, aliás, a sua apresentação no dia 9 de Junho, às 18 horas, na Praça Verde da Feira do Livro de Lisboa), é de grande pertinência neste ano em que se realizam as eleições americanas.

Quem também tem presença assegurada nesta Feira do Livro de Lisboa é o Avante! Acompanhado por outras publicações, como O Militante e as revistas Vértice, O Professor e Poder Local, o Avante! ocupa um lugar especial. Por trazer as notícias de quem trabalha e luta por um Portugal melhor, o Avante! é lido avidamente por militantes e simpatizantes. É por isso ilustrativo, e merecedor de ser contado nestas páginas, o facto de um amigo do Partido ter decidido contribuir para a campanha de difusão do Avante! comprando 25 exemplares, para que estes pudessem ser oferecidos aos que, não sendo militantes comunistas, fossem ao pavilhão das Edições «Avante!» comprar livros.

A Feira do Livro de Lisboa é, naturalmente, um reflexo do panorama editorial em Portugal. Apesar de ter mais participantes (que incluem, além de editores, livreiros e alfarrabistas, grandes empresas de distribuição como o Pingo Doce ou o El Corte Inglés), o facto de dois grandes grupos editoriais (o Grupo Porto Editora e a LeYa) concentrarem em si 30 editoras ou chancelas, ao mesmo tempo que a distribuição comercial se encontra altamente concentrada, faz com que seja a própria diversidade a estar em causa. Algo que reforça ainda mais a importância da presença das Edições «Avante!» e da Página a Página na feira.

Por isso, não faltam motivos para visitar o pavilhão A14 da Feira do Livro de Lisboa. E se não faltam os motivos as oportunidades também não, pois há descontos a partir de 20 por cento e livros com desconto de 40 por cento todos os dias, e ainda preços especiais para a Feira do Livro de Lisboa, acrescentando mais essa razão a todas as outras.

 



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